Inteligência emocional na terceira idade

Inteligência emocional na terceira idade
Reportagem, Saúde

Inteligência emocional na terceira idade

Segundo estudos da Universidade do Texas e da Universidade da Califórnia, ambas nos Estados Unidos, o nível de inteligência emocional encontrado em pessoas idosas é alto quando comparado com as outras faixas etárias. As conclusões da pesquisa foram definidas como ‘surpreendentes’ por algumas pessoas, já que muitos costumam ter uma visão negativa do processo de envelhecimento.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida de uma pessoa em 1900 era de apenas 35 anos de idade. Atualmente, os dados do instituto mostram que, em 2020, a expectativa mais que dobrou, atingindo 76,7 anos. Apesar de todos os avanços na medicina e na tecnologia – que possibilitaram o aumento da qualidade e dos anos de vida –, não é incomum encontrar pessoas que encarem o envelhecimento como um sinônimo de problema.

Dificuldades de locomoção, de memória e o distanciamento social são pontos citados por jovens adultos quando questionados sobre a terceira idade. Apesar dessa tendência, os idosos da atualidade têm mostrado que envelhecer não tem relação com declínio, insatisfação e solidão.

O que é inteligência emocional?

Aplicado pela primeira vez em 1966, pelo psicólogo americano Hanskare Leuner, o termo ‘inteligência emocional’ tem ganhado destaque na atualidade. Segundo o site “Na Prática”, projeto da Fundação Escolar, inteligência emocional pode ser definida como o conjunto de competências e habilidades que uma pessoa possui ao lidar com seus sentimentos e suas emoções. De maneira geral, é tida como a forma que a pessoa percebe, lida, compreende e gerencia seus aspectos subjetivos.

Importante em todas as fases da vida, a inteligência emocional é poderosa e pode auxiliar no desenvolvimento de habilidades que permitem a conquista de mais qualidade de vida, bem-estar e satisfação.

Por que os idosos possuem altos níveis de inteligência emocional?

Apesar de não configurar uma regra, pesquisadores descobriram que os níveis de inteligência emocional são maiores em idosos do que em jovens e adultos, por exemplo. Segundo os estudos, a explicação para o fato está relacionada a quatro pontos principais:

  1. Os idosos sabem reconhecer e valorizar a importância do presente;

  2. Na terceira idade, as pessoas prezam por suas relações sociais e tendem a ter extremo cuidado com familiares e amigos;

  3. Ao avaliar o cotidiano e cuidar de suas relações sociais, os idosos conseguem ter uma percepção mais positiva da realidade;

  4. Ao privilegiar pensamentos positivos, pessoas idosas tendem a reconhecer e gerenciar sentimentos com mais sabedoria.

Os tópicos acima estão relacionados à conquista da inteligência emocional na terceira idade, mas é preciso lembrar que esse conceito também é influenciado por uma combinação de traços de personalidade. Isso significa que nem todos os idosos irão agir da mesma forma e, assim, apresentar os mesmos níveis de inteligência emocional. Como citado acima, essa não é uma regra, e sim uma tendência.

Teoria da Seletividade Emocional

Além dos pontos destacados acima, a Teoria da Seletividade Emocional é apontada por pesquisadores como uma das responsáveis pelos altos níveis de inteligência emocional encontrado em idosos. De maneira geral, o conceito explica que, ao atingir a terceira idade, a pessoa toma consciência de que seu tempo de existência, com isso, decida privilegiar emoções e sentimentos positivos e gratificantes.

Como percebem que o futuro pode não existir, os idosos tendem a valorizar o presente e suas relações atuais, privilegiando sentimentos como o amor, a gratidão e a paz.

Como conquistar inteligência emocional na terceira idade?

Se você é idoso e considera que ainda não atingiu um nível satisfatório de inteligência emocional, não se preocupe! Existem algumas ações que, quando praticadas, podem transformar sua maneira de ver o mundo e, consequentemente, a forma como você lida com suas emoções. Confira:

Habilidades sociais

A construção e a manutenção de relacionamentos e de relações sociais são fundamentais para que idosos saibam reconhecer e gerenciar bons sentimentos. Vizinhos, amigos, família: todos são importantes nesse processo e podem contribuir com o amadurecimento emocional.

Neste tópico, a dica é focar no presente e nos bons sentimentos e sensações que determinadas pessoas trazem. Desse modo, prefira focar no lado positivo dos relacionamentos e reduzir os conflitos.

Gratidão

A palavra ‘gratidão’ alcançou grande fama nas redes sociais. E não é para menos. De acordo com neurocientistas, ser grato está diretamente relacionado com ser feliz. Não acredita?! Então aqui vai a explicação científica: ao agradecer por algo ou alguém, o sistema de recompensa do cérebro é ativado, o que mobiliza a produção de hormônios e neurotransmissores ligados à sensação de prazer, felicidade e bem-estar.

Neste ponto, a dica é voltar ao passado e relembrar todos os acontecimentos de sua vida. Perceba que muitas das situações que deram errado te tornaram a pessoa que você é hoje, com todas as conquistas e felicidades agregadas ao processo.

Autocontrole

Embora pouco lembrado, o autocontrole é essencial para a conquista da inteligência emocional. Os seres humanos são, por natureza, impulsivos, mas é necessário pensar antes de agir – já que a racionalidade é uma característica inerente à espécie. Ao avaliar o que deve ser feito antes de agir, você consegue prever situações e problemas que podem ser evitados.

Desse modo, privilegie atitudes racionais. Lembre-se que, além de praticar exercícios físicos e adotar uma dieta saudável e equilibrada, sua saúde depende de sua inteligência emocional.

(Fonte: SBA residencial)

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